Movimentos Gravitacionais de Massa – Curso

Autora da Matéria Técnica –
Maria Rita Barros Leite de Moraes
Geóloga da Proteção e Defesa Civil de São Vicente,
Conselheira adjunta pela Prefeitura de São Vicente
junto ao Conselho do Parque Estadual da Serra do Mar,
Inspetora pelo CREA, na CAF de São Vicente
Professora Universitária

A PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL DE SÃO VICENTE REALIZA CURSO DE MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA PARA FUNCIONÁRIOS DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR – NÚCLEO ITUTINGA-PILÕES

A geóloga da Proteção e Defesa Civil de São Vicente, que é conselheira adjunta pela Prefeitura de São Vicente junto ao Conselho do Parque Estadual da Serra do Mar, Maria Rita Barros Leite de Moraes, ministrou um curso sobre MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA voltado à áreas turísticas, para os funcionários do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Itutinga-Pilões. A geóloga também é inspetora pelo CREA, na CAF de São Vicente e professora universitária.
Esse curso foi oferecido aos funcionários do Parque devido às últimas ocorrências de desastres em áreas turísticas,

envolvendo escorregamentos e tombamentos de blocos de rochas. Tivemos os casos da Praia de Itaguaçu, em Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ, em 02/04/2022, o de Capitólio, em 08 de janeiro de 2022, a queda da falésia na Baía dos Golfinhos, na Praia de Pipa, em Natal, Rio Grande do Norte, em 17 de novembro de 2020, além de vários outros escorregamentos envolvendo estradas no litoral Norte de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais durante fortes chuvas.
Para áreas ocupadas já existe metodologia empregada para a classificação do risco. Os mapeamentos feitos para locais ocupados são chamados de Planos

Municipais de Redução de Risco – PMRR. A descrição dessa metodologia pode ser encontrada em Cerri, 2007, porém, essa metodologia foi criada pela ONU, a fim de que se nivelasse o conhecimento sobre áreas de risco. O Office of the United Nations Disaster ReliefCo-Ordinator – UNDRO – 1991, órgão das Nações Unidas que atua na prevenção de acidentes naturais e tecnológicos, pauta sua atuação em um modelo de abordagem composto por: identificação dos riscos; avaliação dos riscos; medidas de prevenção de acidentes; planejamento para situações de emergências, informações públicas e treinamentos.

A seqüência de etapas, reflete o fundamento utilizado na atuação em gestão de risco, ou seja, a busca de elementos técnico-científicos que fundamentem a previsão de acidentes objetivando subsidiar a necessária prevenção e/ou preparação. Porém, toda essa metodologia é utilizada para mapeamento de áreas ocupadas. Não existia até então, uma metodologia de mapeamento de risco a ser aplicada para áreas de risco em regiões turísticas.
Após os acidentes ocorridos no último verão, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) está desenvolvendo dois projetos-piloto para o mapeamento de risco em áreas turísticas, iniciando os trabalhos nos Cânions do Xingó nos estados de SE e AL e os Cânions do Poti no Piauí. Com o desenvolvimento de metodologia para áreas de risco turísticas, ficará mais fácil prevenir

acidentes como o ocorrido em Capitólio (MG)
Embora essa metodologia a ser aplicada pela SBG-CPRM ainda não seja do domínio acadêmico e das instituições governamentais (prefeituras), é possível explicar quais processos referentes a movimentos gravitacionais de massa existem, como ocorrem, quais as características que podem ser notadas e como prevenir o desastre, além de ações pós-desastre.
O curso oferecido para os funcionários do Parque teve 8hs/aula, contando com a parte teórica, onde foram vistas as definições dos quatro tipos de movimentos gravitacionais de massa (rastejos, escorregamentos, quedas de rochas e corridas de massa), percepção de risco, gerenciamento do risco geológico, ações antes e após desastres e mudanças climáticas.

Foi passado também o procedimento para cadastramento do CEP para recebimentos dos Alertas da Proteção e Defesa Civil Estadual através de SMS para o número 40199. A parte prática foi realizada nas margens do Rio Pilões, adjacente a uma encosta, onde várias características mostradas em aula puderam ser observadas em campo.

Com um total de 44 participantes, entre funcionários do Parque, como guarda-parques, vigilantes, monitores ambientais, auxiliares de apoio à pesquisa científica e tecnológica, tivemos a
participação também da Proteção e Defesa Civil Estadual e de funcionários da Proteção e Defesa Civil de São Vicente.

Com os conhecimentos adquiridos pelos participantes haverá uma mudança na percepção de risco com relação à áreas suscetíveis a escorregamentos, que no Parque estão associadas à estradas, trilhas, linhas férreas, margens de rios e cachoeiras. Quando se conhece o risco associado a áreas em declive e se reconhece as feições de instabilidade, fica mais fácil prever o acidente e dessa forma, salvar vidas, tanto de quem trabalha no local, como de turistas.

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